De 22 a 28 de dezembro

  • Natal na minha família é assim: ceia no apartamento do meu irmão em Olinda. Ficar para dormir, porque todos adoram tomar o café da manhã do dia 25 e ajudar a acabar com as sobras da ceia, no almoço; jogar cartas e dominó a tarde toda, e jantar o que restou, principalmente se ainda tiver queijo do reino. E no Ano Novo se repete esse esquema (foto).

  • Comemorei meu aniversário de 74 anos na pizzaria Tomazelli, minha preferida, junto com irmãos, cunhada e sobrinhos.

  • Assisti a primeira Cantata de Natal da Escola de Artes João Pernambuco, no encerramento do ano letivo da escola, reunindo alunos de canto e de instrumentação.

  • A direita fechando 2025 com exemplos de burrice explícita: ressuscitou um rock composto há 40 anos pelo grupo Garotos Podres, que pouca gente conhecia, e agora todo mundo canta “Papai Noel fdp, seu porco capitalista”...De quebra criou polêmica com um comercial das sandálias Havaianas que só serviu pra alavancar as vendas. Bem feito!

  • Finalmente pude conversar com o editor Wellington de Melo, que considerou minhas poesias boas para publicação e me deu várias dicas para edição de dois livros...

Natal em família, na casa do meu irmão em Olinda

Em 2025 me assumi poeta, e entro 2026 com os dois pés na poesia. Enquanto espero a virada do ano, sigo as leituras poéticas proporcionadas por Antônio Fagundes, que todos os domingos nos brinda com um poema, em seu canal no Instagram. O mais recente é um poema de Rupi Kaur, com que me identifiquei muito, por isso postei no Facebook e também reproduzo aqui:

"O ano acaba.
Espalho os últimos 365 dias na minha frente, no tapete da sala de casa.
Esse aqui é o mês em que decidi largar tudo que não influenciasse profundamente os meus sonhos.
O dia em que me recusei a ser a vítima.
Esta é a semana em que dormi na grama.
Na primavera eu torci o pescoço da insegurança, deixei a sua gentileza de lado, derrubei o calendário.
Aqui a semana em que dancei com tanta empolgação que meu coração aprendeu a flutuar de novo.
O verão em que tirei todos os espelhos da parede, eu não precisava mais me ver para me sentir vista.
Tirei o peso do meu cabelo com o pente.
Dobro os dias bons e ponho todos no bolso de trás da calça, só por segurança.
Acendo um fósforo, queimo tudo que seja supérfluo, o calor do fogo aquece meus dedos do pé.
Pego um copo de água morna pra me limpar inteira pra janeiro.
Estou chegando, mais forte e mais inteligente para o novo".

De 15 a 21 de dezembro:

  • Coisa Linda, a gatinha que perambula pelo prédio, definitivamente me adotou. Agora ela entra em casa pela porta da frente, percorre todos os cômodos e descobriu que é muito bom cochilar enquanto estou no computador (foto).

  • Renovei matrícula na Escola Municipal de Artes João Pernambuco. Vou continuar no grupo de Canto Coral, dirigido pelo professor Marcos Jardim. Na apresentação de encerramento do ano letivo cantamos quatro músicas e comemoramos os aniversariantes do segundo semestre. Aliás, a escola tem ótimos cursos de teatro. Assisti três peças muito bem encenadas, de finalização dos cursos de 2025, do básico ao avançado.

  • Tentei das 9h até às 17h15 marcar consulta no ITORQ, até finalmente conseguir. Fui saber com um especialista em mãos como curar o dedo inchado, que prendi na porta do carro há um mês. Vimos que a unha vai cair, já tem outra nascendo, e que tenho “Doença de Dupuytren” na mão esquerda. Marquei (facilmente) uma ultrassonografia no Boris Berenstein, que revelou que nada é grave. Aleluia!

  • Mês de dezembro é sempre a mesma coisa: filmes e filmes na Netflix dominados pelo tal “espírito de Natal”. Já assisti vários.

  • Cozinhei durante um dia inteiro, para impedir que os produtos da minha compra de mês se estraguem. Fiz caponata de beringela, verduras no vapor, yogurte, caldo de legumes, saladas, feijão preto, batata doce, cará, refogado de calabresa, galinha guisada, e geleias e sucos de goiaba e de abacaxi. Ufa!

  • Minha biópsia de estômago revelou “alterações hiperêmicas de corpo e antro”, que segundo a IA significa “inflamação na mucosa, indicando gastrite ou irritação”. Vou tratar com a minha Gastro , mas só tem vaga dia 6 de janeiro. Também já marquei para janeiro a consulta com a oncologista, que acontece a cada seis meses.

  • Comprei duas sapatilhas em uma loja infantil, bonitas e confortáveis. São ortopédicas, e do maior tamanho para esse segmento, 35. Que sorte, vou ficar freguesa!

A gatinha Coisa Linda adora deitar na frente do computador

Foi linda a festa de aniversário do Maracatu Real da Várzea (MRV), que comemorou 28 anos de história no sábado, dia 13, com uma celebração abrangente, que teve a participação de parceiros importantes, como o Maracatu Almirante do Forte e o Maracatu Aurora Africana, a UFPE com uma Feira de Ciência e Tecnologia, vários grupos de Coco e de Forró. A festança mobilizou todo o bairro da Várzea, atraindo também grupos de outros municípios, como Camaragibe, Olinda e Jaboatão (fotos).

A história deste maracatu de baque virado começa há 28 anos, quando foi fundado na Várzea, tendo à frente a voz poderosa do cantor Abissal e reunindo uma turma amante da cultura popular e dedicada a lutar pela preservação dos seus valores. Eu estava entre os batuqueiros desde a primeira hora, tocando alfaia, agbé e ganzá. Os ensaios eram nos sábados à tarde, na Escola Municipal de Artes João Pernambuco. Tivemos momentos maravilhosos, mas tempos depois, devido a problemas de gestão, o grupo inicial se dividiu em dois. Eu permaneço até hoje com aquele que se mantém ligado ao bairro da Várzea e continua contando com a presença marcante de Abissal. Adotamos o nome de Maracatu Real da Várzea (MRV), com o qual fortalecemos nossa presença e hoje somos uma referência dentro de Pernambuco.

O MRV se reúne aos sábados para ensaiar, no coreto da Praça da Várzea. O grupo mantém uma base de integrantes fieis, mas se renova permanentemente, sendo aberto gratuitamente a todos que queiram participar, com oficinas para os novatos. A formação atual conta com cerca de 60 integrantes adultos, e inclui também crianças.

O tema do aniversário foi o respeito às águas e à força feminina, escolhido para representar a atuação do MRV durante todo o ano de 2026, com a saudação “Entre rio, mangue e mar, a força matriarcal se movimenta. Ora yê yê Oxum! Saluba Nanã! Odoyá Yemanjá!" tocada do Maracatu Real da Várzea na festa de 28 anos camisa com o tema de respeito às águas e a força feminina

De 8 a 14 de dezembro

  • Foi linda a festa de comemoração dos 28 anos do Maracatu Real da Várzea, dia 13, na Praça da Várzea. Não pude tocar, por ter faltado a muitos ensaios, mas dancei muito. Teve vários maracatus de baque virado, grupos de coco e de forró, feirinha de ciências (parceria com a UFPE) e outras atrações. A festança começou às 18h e só terminou pela madrugada (foto).

  • Época de confraternizações. No dia 11 foi a vez da antiga turma do Diário de Pernambuco se reunir. Levei uma caneca para o sorteio de amigo secreto, e por coincidência quem ganhou foi meu irmão Jomeri. Eu ganhei um livro do meu amigo Vadinho, um dos fotógrafos mais premiados de Pernambuco, com quem trabalhei por muitos anos.

  • Estou atualizando minha agenda médica, motivada pela dor de estômago que tive recentemente. A endoscopia revelou inflamação (nada grave, mas o resultado da biópsia só sai em janeiro) e os exames de laboratório mostram que a taxa de glicose tá boa, mas o colesterol e a glicada continuam altos. Tenho de tomar remédios.

  • A turma de canto coral da Escola Municipal de Artes João Pernambuco está se preparando para a festa de encerramento do ano letivo, dia 16. Vamos cantar quatro músicas, mas, sinceramente, eu respiro mal, fico sem fôlego...

Apresentação do Maracatu Real da Várzea na festa de niversário

De 1 a 7 de dezembro

  • Uma gata do tipo frajola está tentando me convencer a adotá-la. Abandonada duas vezes pelos “cuidadores” ela perambula pelo prédio e dorme embaixo do meu carro. Agora deu pra me seguir, entra em casa pulando as janelas e vai direto pra cozinha, mas não quer ração e sim minha comida. Eu a batizei de Coisa Linda... (foto)
  • Finalmente assisti O Agente Secreto, o filme que vai representar o Brasil no Oscar. O momento mais impactante, pra mim, é a perseguição entre bandidos ao som da música A briga do Cachorro com a Onça, de Sebastião Biano, gravado pela maravilhosa Banda de Pífanos de Caruaru.
  • Continua minha odisseia para ser reconhecida como dona do apartamento, que paguei durante 240 meses! Depois de pagar ao Cartório de Imóveis quase R$ 180,00 por uma Certidão de Inteiro Teor, solicitada pela CEF, tive de ir no Cartório Andrade Lima para reconhecer a firma de um figurão e autenticar uma procuração (quase R$ 150,00), que levei de volta ao Cartório de Imóveis para dar entrada no pedido da Certidão de Quitação (quase R$ 120,00). Agora tenho de preencher um formulário, reconhecer minha firma e levar ao mesmo cartório. Ufa!
  • Retornei ao grupo de canto coral da Escola Municipal de Artes João Pernambuco, na Várzea. Toda terça-feira a tarde.
  • Tive outro episódio de muita dor de estômago, no sábado, por isso não consegui ir para o ensaio do Maracatu Real da Várzea. Foi mal, porque o aniversário do MRV está bem próximo e eu precisava ensaiar para a apresentação. Vai ser uma festança!

A gata Coisa Linda comendo em minha coizinha

De 24 a 30 de novembro:

  • Assisti com minha amiga Joselma ao longa “Ave Sangria, a banda que nunca acabou”, no Cinema são Luís, que estava lotado pelos fãs da simbólica banda pernambucana de rock, uma fidelidade de 50 anos sempre renovada pelo espírito inovador desse grupo icônico, liderado pelo meu amigo Marco Polo (foto).
  • Estou tratando do estômago, que está super sensível: suspendi o café, adotei uma alimentação ainda mais leve do que a habitual, e aumentei o consumo de frutas. Mesmo assim, tive o segundo episódio de muita dor. Por isso marquei consulta com minha gastro e uma endoscopia, para a primeira semana de dezembro.
  • Continuei o tratamento no dentista. Uma vez por semana até o Natal, para colocação de duas coroas, e iniciar clareamento dos dentes inferiores.
  • Peguei uma Certidão de Inteiro Teor referente ao meu apartamento, no Cartório de Imóveis. Agora, terei de levá-la na agência da CEF em Afogados, para receber a Certidão de Quitação que me permitirá dispor do ap como eu quiser, inclusive vender.
  • Morreu o meu ex-namorado, com quem convivi por nove anos, no início de minha juventude. Ele sofria com as complicações de uma demência severa. Fui ao velório com meus irmãos, no cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão.

capa do disco do Ave Sangria, cartaz do longa metragem! com Marco Polo, líder do Ave Sangria, e minha amiga Joselma

De 17 a 22 de novembro:

  • Ia fechar a semana com chave de ouro, curtindo a apresentação do Buena Vista Social Orquestra, no Armazém 14 do Recife Antigo, mas um almoço com excesso de temperos me deu dores terríveis de estômago. Por essa e outras, não gosto de comprar ingresso com antecedência... nem de comidas muito condimentadas.
  • O feriado da Consciência Negra, dia 20, proporcionou tempo extra para passear. Sexta-feira foi a vez de curtir a orla de Olinda com irmão e cunhada, com direito a ensopado de caranguejo na beira do mar.
  • Dentes bem cuidados são cartão de visita de qualquer pessoa, por isso fui ao dentista para colocar coroas em dois molares. O preço é salgado, mas vale a pena.
  • Finalmente terminei de pagar o apartamento, que financiei pela Caixa Econômica Federal em 240 meses! Mas para receber o Termo de Quitação tive de pagar ao Cartório de Imóveis uma Certidão de Inteiro Teor, que custou quase 180 reais. Será que tem um conchavo entre os bancos e os cartórios?
  • Encontrei um marceneiro para avaliar meu guarda-roupa embutido, prejudicado por infiltrações no prédio. Ele condenou tudo e propôs fazer um com madeira naval, por seis mil reais! Só que antes terei de consertar as infiltrações e colocar cerâmica na parede. É muita grana. Vou ter de pedir uma segunda opinião.
  • Tive muita preguiça esta semana e não fui pra aula de canto coral na Escola João Pernambuco, nem cozinhar com as voluntárias do Movimento de Cozinha Popular , nem pras apresentações do Maracatu Real da Várzea, nem fazer caminhadas, nem nada...
  • Seguindo minha mania de cinéfila, assisti um filme bem besta, “Um noivo e duas noivas”; um de suspense, “A mulher na cabine 10”; e um que mistura comédia e ficção científica, “Super Inteligência”, com a ótima Melissa MacArthur, que é engraçada até quando faz papel sério.

De 10 a 16 de novembro:

  • A minha primeira confraternização deste ano foi o encontro das ex-alunas do IEP (Instituto de Educação de Pernambuco), que se tornaram professoras nos anos 60! Na verdade, eu era de outra turma, mas o pessoal me adotou e foi um encontro muito divertido, com direito a Amigo Secreto, dança, cantoria e até fantasia de carnaval (fotos).
  • Aniversário de 82 anos de minha irmã Margarida, com direito a comidinhas deliciosas e um bolo incrivelmente gostoso, com recheio de morangos. É o único dia do ano em que ela pode sair da dieta rigorosa e comer doces à vontade. Eu também saí da dieta, não deu pra resistir a tantas gostosuras.
  • Conheci a nova academia da Cidade Universitária. Fica bem pertinho de casa, os equipamentos são novos e tem cadeira de massagem. Problema: é mais cara do que a anterior, não tem desconto na matrícula, o contrato é de um ano, só tem dois tipos de contrato e o mais barato tem multa de 20% se for cancelado.
  • Fui na antiga academia, pra comparar: é mais barata, tem hidroginástica e pilates, tem contratos trimestral, semestral e anual; tem desconto na matrícula; se precisar pode suspender o contrato e retomar sem multa. Problema: pra ir lá tenho de andar por ruas esburacadas, quebradas, fedorentas, sujas e cheias de trânsito.
  • Quase toda noite assisto um filme ou série no Netflix. Esta semana vi um filme bem besta: “Um noivo e duas noivas” e revi “A família Stone”, com aquele “espírito de Natal” que invade as telas a partir de novembro.
  • Comecei a marcar minhas consultas médicas, pra avaliar os estragos na dieta após três meses viajando, comendo de tudo e tomando muito vinho.
  • Ando desesperada procurando um bom marceneiro pra recuperar meu guarda-roupas. Lavei todas as roupas e agora não tenho onde guardar, estão em cima da cama. Todos que contactei só podem pegar o serviço em dezembro.

com minha amiga Prazeres e sua fantasia carnavalesca, na confraternização das ex-alunas do IEP Ex-alunas do IEP em confraternização

A sogra de minha filha virou minha amiga, apesar da barreira quase intransponível da língua: ela só fala sueco. Eu me viro bem no espanhol (ou portunhol, como queiram) e um tantinho no inglês, mas não o suficiente para manter uma conversação.

Eu a tinha visto apenas em duas ocasiões: quando passei férias em Estocolmo, em 2012, fizemos uma visita rápida à casa dela; e em 2015 jantamos em um restaurante, quando minha filha traduziu todas as falas. Mas agora ficamos juntas por mais de 30 dias, em Valência, e traduzir o tempo todo se tornaria exaustivo para minha filha. Tentei solucionar o problema apelando para o modo de conversação do aplicativo Google Tradutor. O app funcionou apenas em parte. Às vezes, uma de nós dizia uma frase ou um parágrafo inteiro, e só uma parte era traduzida. Outras vezes, com bastante frequência, a tradução estava completamente errada, de forma incrivelmente ridícula. A gente começava a rir e o aplicativo simplesmente transcrevia a risada e a repetia em voz alta: "HA HA HA". Aí a gente ria ainda mais, e o app enlouquecia, repetindo "HA HA HA HA HA HA" centenas de vezes. Resultado: nem nós nem o robô conseguíamos parar de rir. Por causa disso desistimos do tradutor e passamos a nos comunicar pelo velho e universal método da mímica, com longos silêncios e muitos brindes na piscina, durante outubro, quando o calor estava beirando os 30 graus. Só durante as refeições, com a participação da minha filha e meu genro, havia tradução português-sueco-português.

Tentei convencê-la a estudar inglês, para ter o mínimo de chance de podermos trocar algumas palavras, e parece que ela está usando o Duolingo. Apesar de tudo, durante essa temporada tivemos muitos momento divertidos, principalmente quando o vinho ajudava a quebrar a barreira da linguagem, e é provável que a gente se encontre de novo para comemorar juntas nosso aniversário de 75 anos, em 2026. eu e minha amiga sueca