De 1 a 7 de setembro:

  • Comprei o presente de aniversário da minha filha: uma mini impressora Fuji Instax Wide, um álbum para 80 fotos e papel para impressão. Ela amou. Já selecionamos várias fotos para imprimir.
  • Fiz um bolo diet de maçã, com aveia, uva- passa e canela: sucesso total.
  • Resolvi abandonar a manicure e fazer as unhas eu mesma. Ficou quase ótimo!
  • Caminhamos todos os dias com os cachorros.
  • Assistimos a temporada 2 de “Wednesday” (Wandinha).
  • Estudei inglês pelo Duolingo todos os dias: agora sei pedir comida em restaurante, assumir a vez de pagar a conta, dizer que não tem mais o prato desejado.
  • Aprendi a fazer ketchup sem açúcar, lendo um livro de receitas veganas. Super fácil.
  • A balança mostrou que perdi dois quilos desde que cheguei em Valência: estou com 61,6kg, resultado das caminhadas e dieta equilibrada.
  • Podei mais uma parte das plantas do jardim.
  • Fizemos hamburguer de falafel, ficou muitooooo bom.
  • Encontramos dois amigos brasileiros no Mercado de la Imprenta, depois comemos no Italiamos. Comida deliciosa. Bebemos bastante, porque fomos de metrô.
  • Cozinhamos uma lasanha fantástica, com ragu de soja, molho bechamel e muito queijo. Agora que aprendi com minha filha a cozinhar a carne de soja, decidi que, definitivamente, vou adotá-la no meu cardápio.
  • Finalmente minha filha usou o colar e brincos que eu trouxe de presente. Reclamou que não são do estilo dela, que é beeeem minimalista, mas ficou muito linda.
  • Customizei meu pijama rosa.
  • Fizemos raclete no jardim e tomamos vinho apreciando a lua cheia. Mas no domingo choveu e não deu pra ver a "lua de sangue".
  • Escrevi vários poemas nesta semana.

entregando o presente da minha filha, uma mini impressora

Não me ligo em religião mas gosto da arquitetura das igrejas católicas, que só frequento em cerimônias de casamento, cada vez mais raras no meu ambiente. Mas há alguns dias entrei em uma e fiquei lá várias horas, curtindo uma mistura de espetáculos. Foi na igreja/museu dedicada a São Nicolau de Bari e São Pedro Mártir, que é conhecida como a Capela Sistina de Valência, com mais de 700 anos de história.

Três espetáculos simultâneos estavam sendo realizados: uma exposição interativa sobre a história do edifício e seu entorno, desde os tempos de Roma; uma interpretação audiovisual dos símbolos que caracterizam a figura de São Nicolau; e uma projeção de luz e som, “Homenagem à beleza”, que usa a tecnologia para exaltar a ornamentação barroca da igreja.

Quem não tiver oportunidade de conhecer a Capela Sistina do Vaticano e admirar as obras de Michelângelo, pode se contentar com a Capela Sistina de Valência, localizada no bairro El Carmem, no centro histórico, que tem belos afrescos pintados em sua nave central, dedicados à memória dos dois apóstolos, além de lindas cenas e imagens nos altares laterais. A visita é bem tranquila, nada do sufoco de disputar espaço com milhões de turistas, como no Vaticano.

Igreja de São Nicolau, a Capela Sistina de Valência

Muito bom conhecer Morella, uma vila medieval histórica no norte de Castellón, região de Valência. Difícil é encontrar uma cidade que não seja medieval por aqui! Todas reúnem história e belezas naturais em altas dosagens e com Morella não é diferente: tem castelo imponente no alto de um penhasco, muralhas centenárias ao redor da vila, um aqueduto do século XIV, e um centro histórico muito bem conservado, com igrejas góticas, pórticos e portais, casas no estilo solar com flores na sacada, ruas estreitas, muita escadaria, bares e restaurantes com excelente gastronomia, e muitos outros atrativos.

A região foi lar de dinossauros, presentes no ideário local ilustrando brinquedos, panos de prato, chaveiros, louça e toda sorte de objetos lúdicos ou decorativos. Estudos científicos patrocinados por universidades são destaque no Museu do Dinossauro. Além de todos os atrativos arquitetônicos e naturais, Morella também tem uma fantástica produção de queijos artesanais: compramos uns curados com trufa negra, maravilhosos.

Tivemos a sorte de encontrar a cidade em clima de festa, preparada para um festival que acontece a cada seis anos, em honra da Virgem de Vallivana, quando ocorrem muitas apresentações musicais e teatrais, além das famosas carreiras de bois. Enquanto passeávamos pelas ruas nos deparamos com um desfile de bonecos gigantes, acompanhados por uma bandinha (é, na Espanha também tem bonecos gigantes, não é só em Olinda que tem).

desfile de bonecos giganes

Com tanto pra ver e fazer, acabei retardando os posts sobre lugares que vi em agosto, quando iniciei minha viagem atual. Um deles é sobre a visita às lindas cidades-irmãs, Mora de Rubielos e Rubielos de Mora, localizadas na região de Teruel, há apenas 10 quilômetros uma da outra e há mais de mil metros acima do nível do mar. O território foi disputado por cristãos e muçulmanos, sendo reconquistado na Idade Média pelo rei cristão Alfonso II , o Casto. A família Heredia tornou-se a administradora do lugar no século XII, sendo responsável, entre outras coisas, pela construção da bela igreja em estilo gótico e do castelo, em Mora de Rubielos.

com minha filha em frente a igreja gótica

Visitamos o castelo, passeamos pelas ruas debaixo de um sol de 38 graus, e encontramos um ótimo lugar para almoçar o “menu del dia”, que incluiu aspargos verdes frescos (que eu amo e nunca encontro no Recife), vieiras, batatas, uma garrafa de vinho, pão, azeitonas e água. Tudo delicioso. Custou 20 euros por pessoa, o que é um preço muito bom na Europa. Também na vizinha Rubielos de Mora se encontra beleza, com seus portais, muros de pedra e inúmeras ermidas. Vale a pena visitar os dois lugares.

Cheguei no dia 11 de agosto em Madri, viajando pela primeira vez em voo da Azul, que recentemente incluiu duas rotas saindo do Recife: para Madri, na Espanha, e para Porto, em Portugal. Antes a melhor opção era viajar de Recife para Lisboa pela TAP, e de lá pegar outro voo, sendo mais cômodo ir direto para Valência, porque o aeroporto de lá está a apenas 15 minutos, da casa da minha filha. Mas essa opção se torna bem mais cara!

Assim, desembarquei em Madri às 8h10 e depois de passar por uma fila gigantesca de imigração seguimos de carro para Cuenca, uma cidade medieval da comunidade de Castilla-La Mancha, originalmente fundada pelos árabes no século XIII e declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 1996. Situada há mais de 900 metros acima do nível do mar e com temperatura média de 37 graus no verão (podendo chegar a 41), a principal característica de Cuenca é ter um conjunto de três casas “colgadas” (penduradas), sobre a foz do rio Huécar, em duas das quais funciona o Museu de Arte Abstrata . Também se pode visitar um castelo, muitos outros museus, ruas charmosas, bares e restaurantes. Almoçamos , passeamos e depois seguimos para Valência, a 200 quilômetros de distância.

casas penduradas sobre penhascos em Cuenca, na Espanha